29 maio Simpósio destaca medidas de controle de infecção hospitalar
Discutir experiências em torno das atuais e mais modernas condutas para combater a infecção hospitalar foi o objetivo principal de Simpósio realizado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública, durante toda a última terça-feira (28) no hotel Beira Rio, em Belém. Participam da atividade cerca de 100 profissionais de saúde, entre diretores de hospitais públicos e integrantes de Comissões de Controle de Infecção em Serviços de Saúde.
A literatura médica define infecção hospitalar como uma síndrome adquirida pelo paciente após a sua hospitalização ou realização de procedimento ambulatorial. A manifestação desse agravo pode ocorrer também após a alta, desde que esteja relacionada com algum procedimento realizado durante a internação. Profissionais com qualificação no tema podem relacionar sinais e sintomas de infecção com procedimentos realizados em unidades de saúde e realizar o diagnóstico de infecção hospitalar. Além disso, há um consenso sobre o uso do jaleco, o qual só deve ser utilizado em local de trabalho, segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Entre as medidas básicas de se evitar a infecção hospitalar é o ato de lavar as mãos, que chega a reduzir em 70% o risco de contágios por várias bactérias. O ideal é usar bastante água, lavar bem entre os dedos, em um procedimento que dure de 40 a 60 segundos. Nós precisamos evitar a transmissão de germes vindos da rua, de germes enquanto fazemos nossas necessidades fisiológicas e antes e depois das refeições, orienta a médica infectologista Irna Carneiro, da Fundação Santa Casa de Misericórdia, ao falar sobre prevenção e controle de infecções em unidades de UTI Neonatal, que foi a primeira de uma série de palestras do evento.
A coordenadora estadual de Controle Estadual de Infecção Hospitalar e organizadora do evento, Graça Guerreiro, explica que simpósios e treinamentos como este organizado pela Sespa são essenciais para a atualização contínua entre os profissionais de saúde em atuação no Estado. Atualmente, a taxa de infecção hospitalar no Pará é de 2,35% dos 8% aceitáveis pelo Ministério da Saúde, a partir das normas já estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em todo o território paraense estão cadastrados 250 hospitais, entre públicos e privados, com 150 unidades notificadoras, por meio das respectivas comissões.
Entre as participantes do Simpósio, a diretora do Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS), Vera Cecim, acha importante que se paute sempre um treinamento para multiplicar informações sobre os riscos da infecção hospitalar, cujas noções também devem ser compartilhadas com acompanhantes e familiares de pacientes internados. A chave de tudo isso é a prevenção, tanto para evitar os gastos que se tem com um paciente que é vítima desse agravo, quanto pelos custos intangíveis, traduzidos pelo sofrimento causado aos profissionais e familiares que estiverem envolvidos em situações adversas, afirma, ao lembrar que esteve entre as profissionais que, em fevereiro de 1982, ajudou a implantar a primeira Comissão de Infecção Hospitalar no antigo Hospital dos Servidores do Estado, onde hoje funciona o Ophir Loyola.
O simpósio contou ainda com a participação da médica infectologista Vigilância Sanitária de São Paulo, Geraldine Madalosso, com a palestra O que fazer durante um surto de Iras?, e da infectologista da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Andréa Paes, que abordou as Recomendações para prevenção e controle de bactérias multirresistentes, como também da coordenadora estadual de Vigilância Sanitária, Thelma Araújo, que no ato representou o titular da Sespa, Helio Franco. Uma de nossas funções, enquanto Estado, é de capacitar recursos humanos para que eles possam se tornar multiplicadores no interior, explica Thelma.
Além das palestras e de outros informes técnicos e epidemiológicos, o evento abriu espaço para apresentação de trabalhos científicos que abordam as experiências exitosas em controle de infecção hospitalar, como as que ocorrem na capital paraense, com a apresentação da Secretaria de Saúde de Belém, e na cidade de Santarém. Os pôsteres ficarão expostos para visitação. Há também apresentação das ações do setor de controle de infecção hospitalar da Vigilância Sanitária do Município de Belém.
Fonte: SESPA
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