15 out Paraense vence Prêmio na Bélgica com pesquisa epidemiológica sobre hanseníase
O doutorando em Doenças Tropicais, pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Josafá Barreto, recebeu o Prêmio Jovem Cientista pela melhor apresentação oral no tema Epidemiologia e Controle. A cerimônia de entrega aconteceu durante o International Leprosy Congress (Congresso Internacional de Hanseníase), ocorrido no mês passado, em Bruxelas, na Bélgica, que teve como tema Hidden challenges (Desafios Ocultos).
O trabalho foi realizado pelo laboratório de Dermato-Imunologia (LDI) da UFPA, em parceria com a Universidade Estadual do Pará (UEPA) e a Unidade de Referência Marcelo Candia (Ure-Marcelo Candia), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e contou com a participação direta dos servidores do Estado durante a pesquisa de campo.
O Congresso contou com 900 participantes de 83 países e mais de 500 trabalhos foram apresentados. Segundo Josafá Barreto, este é um dos maiores eventos da área. Esta premiação é o reconhecimento de um trabalho feito com muita dedicação, que envolveu a participação maciça de todos os profissionais envolvidos. O prêmio coloca a pesquisa paraense como destaque, além de mostrar que no Pará existem grandes trabalhos sendo desenvolvidos na área da saúde, afirmou.
Iniciada em 2009, a pesquisa foi realizada em oito municípios do Estado: Castanhal, Marituba, Paragominas, Breves, Redenção, Parauapebas, Altamira e Oriximiná. O objetivo foi examinar pessoas que foram afetadas pela hanseníase, seus contatos próximos e estudantes da rede pública de ensino fundamental e médio.
O estudo, denominado Análise espacial focando na transmissão de hanseníase entre crianças de uma área hiperendêmica da Amazônia Brasileira, foi orientado pelo professor Claudio Salgado, coordenador do Laboratório de Dermato-Imunologia (LDI). O projeto também contou com a participação de várias profissionais da área da saúde, inclusive de agentes comunitários de saúde dos municípios visitados.
Foram realizados exames clínicos dermato-neurológicos, coleta de sangue para sorologia antiPGL-1 e mapeamento dos casos notificados em cada município. De acordo com Josafá Barreto, foram examinamos 5 mil pessoas, destas, 4% foram diagnosticadas com hanseníase.
Representantes da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, do Instituto Lauro de Souza Lima, Colorado State University e Emory University) também colaboraram como o trabalho. A pesquisa recebeu suporte financeiro de diversas instituições, como Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, Ministério da Saúde, Fundação Amazônia Paraense e Order of Marta.
Dados: Segundo dados oficiais da Coordenação Estadual do Programa de Controle da Hanseníase, no Pará foram registrados 3.862 casos novos de hanseníase em 2012, o equivalente ao coeficiente de detecção de 49,37 para cada 100 mil habitantes.
Fonte: SESPA
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