18 nov Mais de três milhões de brasileiros têm diabetes e não sabem
No Brasil, um total de 3,2 milhões de pessoas têm diabetes e não sabem. O número cresceu 14% em relação ao ano passado, conforme apontou uma atualização com dados deste ano da sexta edição do Atlas da Diabetes divulgado ontem. O levantamento, realizado pela Federação Internacional da Diabetes, revelou, ainda, que o Brasil tem 11,6 milhões de diabéticos dentre os 387 milhões de casos registrados no mundo.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Walter Minicucci, o resultado é alarmante.
Se a gente levar em conta, por exemplo, que a diabetes é a maior causa de cegueira e de insuficiência renal e a segunda causa de amputação de membros inferiores, o número é muito preocupante. O nível de gasto público com essa doença é altíssimo afirma Minicucci.
O custo mundial da doença este ano chegou a US$ 612 bilhões. E estima-se um aumento de 205 milhões de casos globalmente até 2035, totalizando 592 milhões. Um dos principais motivos para esse crescimento seria o fato de que se trata de uma doença silenciosa, com uma evolução mais lenta, sintomas poucos claros, e, consequentemente, diagnóstico tardio, diz o endocrinologista.
A diabetes do tipo 1 acomete principalmente as crianças e os jovens, com manifestação rápida. Já na do tipo 2, a mais comum (cerca de 90% dos casos), os sintomas podem levar anos para aparecer. O indivíduo pode ter um pouco mais de sede, mas não percebe que está alterado, e até acaba se acostumando com os sintomas alerta.
Com esse número crescente, Minicucci ratifica que é necessário levar mais conhecimento sobre a doença para a população.
Devemos cobrar do poder público que planeje atitudes para esse quadro. Precisamos fazer mais campanhas de alimentação, de detecção da diabetes, de orientação para os detectados sugere.
Do total de casos pelo mundo atualmente, em que uma pessoa morre de diabetes a cada sete segundos, 77% vivem em países de média e baixa renda. Isso ocorre, explica Minicucci, por que houve, nas últimas décadas, uma ocidentalização da dieta, isto é, os países menos favorecidos acabaram seguindo o exemplo americano de comer muitos alimentos processados, com conservantes.
UM MAL EVITÁVEL
A médica nutróloga Alice Amaral, que também se mostra preocupada com o resultado, afirma que a diabetes é uma doença evitável. Para ela, a maneira como vivemos atualmente e como lidamos com o nosso corpo é perigosa e favorece o surgimento de problemas como a diabetes e a obesidade.
Quem não tem tempo para se cuidar precisará arranjar tempo para cuidar da doença diz, acrescentando que a correria do dia a dia não pode fazer com que a pessoa deixe de lado a atenção com a saúde.
A médica diz que o exercício também é essencial:
Não fomos criados para ficarmos andando de carro, usando elevador. Vá mais de escada, movimente-se. Troque o carro pela caminhada. Se usa transporte público, salte alguns pontos antes. Os hormônios liberados quando nos exercitamos trazem prazer e alegria e ajudam na prevenção, além de melhorar o aproveitamento da glicose para os diabéticos.
Fonte: O Globo
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