05 nov Estudo revela 11 novos fatores genéticos para o Alzheimer
RIO O maior estudo internacional já conduzido sobre o mal de Alzheimer revelou 11 novos fatores genéticos de predisposição à doença, mais que dobrando a quantidade de genes conhecidos relacionados à doença em apenas três anos. Para isso, os cientistas do consórcio, batizado Projeto Internacional do Genoma do Alzheimer (IGAP, na sigla em inglês), analisaram o DNA de mais de 74 mil pacientes e grupos de controle de 15 países.
Até 2009, pesquisadores de diversos grupos já haviam identificado dez genes cuja atuação eleva o risco de uma pessoa desenvolver Alzheimer, mas em fevereiro de 2011 quatro dos maiores destes grupos se juntaram para acelerar o processo, cujo primeiros resultados foram publicados na edição desta semana da revista Nature Genetics. Além dos 11 novos genes que se somaram aos dez anteriormente conhecidos, eles levantaram 13 novos suspeitos que ainda precisam serem validados.
Segundo os cientistas, os 11 novos fatores confirmados abrem novos caminhos na compreensão das causas do Alzheimer e seu possível tratamento. Um deles, por exemplo, foi encontrado numa região do DNA que controla a resposta imunológica a inflamações, reforçando as suspeitas sobre o envolvimento do sistema imune com o aparecimento do mal. A região HLA-DRB5/DRB1 também já foi relacionada com outras duas doenças neurodegenerativas, uma com sabida participação do sistema imune, a esclerose múltipla, e outra cujos fatores imunes foram apenas recentemente descobertos, o mal de Parkinson.
– Este estudo claramente demonstra a força da união na identificação de genes que individualmente podem ter um pequeno impacto no risco de desenvolvimento do Alzheimer comemorou Lindsay A. Farrer, professora da Universidade de Boston e uma das participantes do esforço internacional. – Mas não é a magnitude destes riscos que realmente importa. Cada gene implicado no processo da doença adiciona novos conhecimentos para compreensão dos seus mecanismos e fornece novas perspectivas para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. No fim, estas abordagens podem ser mais efetivas na interrupção da doença porque os genes se expressam muito antes dos sintomas clínicos surgirem e os danos no cérebro acontecerem.
Fonte: O Globo
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