08 out Compulsão por café pode ser determinada pelo DNA
A quantidade de café que uma pessoa consome e os efeitos que a bebida tem sobre o seu corpo são determinados pelo seu DNA. É o que mostra um novo estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. A pesquisa identificou variações genéticas que podem fazer com que um indivíduo tenda a beber muito café ou então com que a bebida faça mais bem do que mal ao seu organismo, por exemplo.
Café e cafeína já foram associados a efeitos tanto benéficos quanto maléficos à saúde. Nossas descobertas podem nos ajudar a identificar quais são as pessoas mais propensas a colher os benefícios da cafeína para a saúde, diz Marilyn Cornelis, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública de Harvard e uma das autoras do estudo.
Efeitos O estudo se baseou em uma extensa análise feita no genoma de mais de 120 000 pessoas todas bebiam café regularmente. Os pesquisadores identificaram seis variações genéticas ligadas ao consumo de café e cafeína. Duas delas foram associadas ao efeito de recompensa da cafeína sobre uma pessoa. Ou seja, pela sensação de prazer que a bebida provoca, o que pode determinar a vontade em consumi-la. Por exemplo, quanto maior essa sensação de recompensa, mais café o indivíduo vai querer ingerir.
As outras variações no DNA estão relacionadas à forma como a cafeína é metabolizada pelo corpo e, consequentemente, os seus efeitos, ou então aos impactos da bebida sobre pressão arterial e níveis de açúcar e glicose no sangue. Isso pode ajudar a explicar, por exemplo, o motivo pelo qual pessoas que bebem café sofrem menos com hipertensão do que as que não consomem a bebida, mas têm maior tendência a apresentar taxas de colesterol e glicose no sangue elevadas.
Os autores do estudo, que foi publicado nesta terça-feira (08) no periódico Molecular Psychiatry, acreditam que cada pessoa regula o consumo de café de forma inconsciente em busca de ter os melhores efeitos da bebida. Como análises genéticas anteriores sobre tabagismo e consume de álcool, essa pesquisa serve como exemplo de como a genética pode influenciar alguns tipos de comportamentos do dia a dia, diz Daniel Chasman, professor do Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos, e que participou do estudo.
Fonte: Portal Veja
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