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Teste farmacogenético aponta sensibilidade a medicamentos

Teste farmacogenético aponta sensibilidade a medicamentos

Os testes farmacogenéticos servem para determinar como os medicamentos se comportam em cada indivíduo a partir da análise do DNA. Servem para doenças como depressão e até mesmo câncer de mama, para o qual cerca de 20% a 30% dos pacientes com a doença não reagem adequadamente ao remédio. Para falar sobre o assunto, o Jornal da USP no Ar conversou com Wagner Farid Gattaz, professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e diretor do Laboratório de Neurociências do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.

 

De acordo com Gattaz, existem dois motivos que tornam um medicamento inadequado para certas pessoas: a intolerância, que faz com que se tenha um excesso de efeitos colaterais, e a ausência de efeito, que faz com que o medicamento se torne uma espécie de placebo no organismo do paciente. Os medicamentos costumam fazer efeito em cerca de 70% da população. O processo que permite essas duas condições é a metabolização das enzimas no fígado. Enquanto alguns metabolizam de forma lenta, outros o fazem de forma muito rápida. No caso da forma lenta, o medicamento acaba se acumulando no organismo, causando efeitos colaterais; no caso da forma rápida, o organismo não tem tempo de fazer o efeito desejado.

 

O teste farmacogenético surgiu com o intuito de mapear, através do DNA, como uma pessoa reage a certas enzimas e, consequentemente, a certos medicamentos. Com ele, é possível classificar as pessoas a partir da maneira que metabolizam as enzimas. “Ele aumenta a probabilidade de um acerto de medicamento, ou dá uma orientação para um ajuste da dose” resume o professor. Geralmente o teste é pedido quando o paciente apresenta queixas com relação aos medicamentos.

 

No caso de doenças mentais, como a depressão, o teste tem sua importância, pois permite ao paciente ganhar tempo, diminuindo o seu sofrimento. Também pode ser usado para mapear a sensibilização de um indivíduo para remédios que combatem o câncer de mama. Segundo o professor, o custo para se fazer uma genotipagem ampla é praticamente o mesmo de se analisar apenas uma enzima, e conclui que ele serve para a vida inteira.

 

Fonte: Jornal da USP

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