30 jun ’Sangue sintético’ poderá ser testado em 2017, diz Serviço de Saúde britânico
RIO – A primeira tentativa de dar a voluntários humanos sangue sintético feito em laboratório vai acontecer dentro dos próximos dois anos, anunciou o Serviço Nacional de Saúde Britânico (NHS, na sigla em inglês). De acordo com os cientistas das universidades de Bristol, Cambridge e Oxford, um ensaio clínico muito aguardado de glóbulos vermelhos artificiais ocorrerá antes de 2017 como parte de um programa de pesquisa de cinco anos. O sangue é feito de células-tronco obtidas do sangue do cordão umbilical de recém-nascidos ou do sangue de doadores adultos.
O teste, cujo objetivo é fazer células vermelhas para pacientes com tipos sanguíneos complexos, vai envolver pequenas transfusões de algumas colheres de chá de sangue sintético para testar reações adversas. Ele permitirá que os cientistas estudem o tempo que as células vermelhas fabricadas podem sobreviver em receptores humanos.
Eventualmente, espera-se que o NHS poderá fazer quantidades ilimitadas de glóbulos vermelhos para transfusões de emergência. No entanto, o objetivo imediato é a fabricação de doações especializadas para pacientes que sofrem de doenças do sangue, tais como anemia falciforme e talassemia, que necessitam regularmente de transfusões. Como as células fabricadas nunca passaram pelo corpo humano, a vantagem é que são livres de infecções, assim não havendo risco de transmissão de vírus como o HIV ou hepatite.
Estes ensaios vão comparar células manufaturadas com sangue doado. A intenção não é substituir a doação de sangue, mas fornecer tratamento especializado para grupos específicos de pacientes, disse Nick Watkins, diretor-assistente de pesquisa e desenvolvimento de Sangue e Transplante da NHS.
As células-tronco isoladas do sangue do cordão umbilical doado por mulheres grávidas e do sangue de doadores adultos foram manipulados com sucesso em laboratório para que se desenvolvessem em células vermelhas maduras, que normalmente transportam o oxigênio dos pulmões para o resto do corpo.
Segundo Watkins, os testes em humanos envolverão inicialmente transfusões de glóbulos vermelhos fabricados a partir das células-tronco de doadores adultos, que se forem bem sucedidos será seguido por transfusões com glóbulos vermelhos feitos a partir de células-tronco do sangue do cordão umbilical extraído consentimento de mães. Os testes já mostraram que os glóbulos vermelhos fabricados são comparáveis, se não idênticos às células vermelhas comuns do sangue que são feitas no corpo de pessoas saudáveis.
Fonte: O Globo
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