21 jun Remédio sob risco de proibição
Foi em busca da perda rápida de peso que a economista Amanda Alves (nome fictício) começou a ingerir sibutramina sem prescrição médica. Porém, a vontade de perder alguns quilos para curtir as férias de verão lhe trouxe consequências graves. Eu tive aceleração cardíaca, baixa de pressão e dois desmaios, lembra.
Em busca de evitar que mais pessoas passem pelos mesmos problemas que Amanda, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discute a proibição do uso da substância. O assunto ainda não tem parecer definitivo, mas há indícios de que a Agência decida retirar a droga do mercado.
De acordo com uma nota divulgada no site da Anvisa, o parecer técnico da agência prevê que os riscos da utilização da sibutramina superam os benefícios causados por ela. Dentre as reações destacadas pela equipe técnica para justificar a recomendação de proibição do uso da droga estão a elevação da pressão arterial, arritmias, acidente vascular cerebral hemorrágico, convulsões e depressão.
Os riscos não são negados pelo endocrinologista e membro da regional Pará da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), José Américo Jr. Porém, ele acredita que, se utilizada de forma adequada, a substância pode ser benéfica para muitos pacientes. A Sbem é contra a proibição. O que acontece é que essas substâncias estavam sendo usadas de maneira indiscriminada.
A experiência vivida por Amanda é um exemplo da afirmação do médico. Sem orientação médica, ela começou a ingerir a substância aos 19 anos por influência de amigos.
Durante cinco anos, ela, que nunca foi obesa, tomou o remédio com pausa a cada seis meses. Para mim se tornou um risco porque eu fazia o uso indiscriminado, reflete. Eu cheguei a perder 7 quilos em 15 dias.
CONSCIÊNCIA
Após ter que fazer tratamento para se recuperar dos problemas de saúde causados pela substância, ela afirma estar mais consciente da real destinação do remédio e não o considera perigoso. O que precisa é a conscientização das pessoas de que a sibutramina é destinada para obesos. Eu não acredito que ela seja perigosa se houver acompanhamento médico.
É por isso que José Américo defende maior rigor para a venda do medicamento, mas não a sua eliminação do mercado. Segundo ele, a sibutramina é um facilitador do tratamento para a obesidade, e não o elemento principal.
Muitas pessoas se beneficiam com essas medicações que ajudam no tratamento da obesidade e, se a droga for proibida, essas pessoas podem ficar prejudicadas, afirma. O melhor seria controlar a prescrição e não retirar do mercado.
Fonte: Diário do Pará
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