11 dez Quase metade dos brasileiros é sedentária, diz IBGE
O sedentarismo tornou-se um problema de saúde pública no Brasil. A avaliação é do ministro da Saúde, Arthur Chioro, ao comentar o fato de que 46% dos brasileiros são “insuficientemente ativos”. O dado foi revelado na Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa nos coloca em penúltimo no ranking global, atrás apenas da África do Sul. Lá, 52,4% dos habitantes são inativos.
“O sedentarismo precisa ser enfrentado como problema de saúde pública. O desafio é ampliar o hábito de praticar atividades físicas”, disse Chioro.
A pesquisa mostrou que 22,5% dos brasileiros acima de 18 anos praticam atividades físicas por lazer em nível recomendado. No caso da atividade física no trabalho (que inclui faxinas pesadas e carregamento de peso), 14% das pessoas com 18 anos ou mais eram fisicamente ativas. E 42,3 milhões de pessoas, 28,9%, declararam assistir à televisão por três horas ou mais por dia.
Outro dado relevante da pesquisa é que as doenças crônicas não transmissíveis – hipertensão, diabetes e problemas cardíacos e câncer – são responsáveis por mais de 70% das causas de morte no país. Segundo o IBGE, 21,4% do total pesquisado admitiram diagnóstico de hipertensão arterial, 31,3 milhões de pessoas. E 69,7% afirmaram receber assistência médica.
No caso de diabetes, 6,2% da população de 18 anos ou mais de idade a detinham: 9,1 milhões de pessoas. E, desse total, 73,2% receberam assistência médica para a doença nos últimos 12 meses.
Para o ministro, os dados sobre doença crônicas são importantes para saber como a população irá envelhecer. “Temos que lidar com mais especialidades médicas”. E acrescentou que a pesquisa é estratégica para planejar e conduzir políticas de acordo com a necessidade do país.
O ministro destacou também que 4% dos entrevistados admitiram dirigir após ingestão de bebida alcóolica. “É uma informação potente. Ano passado 39 mil mortes foram causadas por acidentes de trânsito, então é preciso aprofundar estratégias de prevenção”, afirmou. Chioro não disse quais estratégias seriam estas, mas defendeu o endurecimento ainda maior da Lei Seca. De acordo com a pesquisa, mais de 20% da população com 18 anos ou mais consome álcool pelo menos uma vez por semana. E 47% dos pesquisados declararam que começaram a ingerir bebidas alcoólicas antes dos 18 anos.
Fonte: Valor Econômico
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