29 maio Profissionais de saúde são atualizados sobre novo protocolo de Influenza
Com o objetivo de orientar e atualizar médicos e enfermeiros sobre o Protocolo de Manejo Clínico em casos de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com o Ministério da Saúde, realizou nesta segunda-feira, 27, em Belém, o Seminário Estadual Influenza: Prevenção e Manejo Clínico.
A expectativa da organização do evento é que haja uma melhoria na qualidade de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde e que os agravos e mortes por SRAG sejam reduzidos no Pará. Além das informações sobre a revisão do protocolo de Influenza para 2013, foi divulgado o curso à distância Influenza – Atualização no Manejo Clínico, que é oferecido pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério por meio do Sistema Universidade Aberta do SUS (Unasus).
O secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, explica que a orientação é para que, quando a pessoa apresentar os sintomas da doença, como febre, tosse persistente, falta de ar e dor de garganta, o encaminhamento seja para o uso imediato do Fosfato de oseltamivir (Tamiflur), medicação indicada para os casos. Muitos médicos não tem o hábito em prescrever o medicamento, talvez por achar que não existe tratamento específico para a gripe. Mas o Tamiflu está aí, aplicado já há alguns anos e sempre tem sido eficiente, ressaltou. O medicamento em questão é oferecido gratuitamente na na rede pública e reduz complicações e óbitos pela doença.
A diretora de Vigilância Epidemiológica da Sespa, Ana Lúcia Ferreira, complementa que o tratamento com o Tamiflur deve ser iniciado imediatamente, independente de confirmação laboratorial, para pessoas que estão nos grupos de risco, a exemplo de crianças menores de dois anos, gestantes, mulheres em período de resguardo e pessoas com mais de 60 anos, além dos próprios profissionais de saúde e portadores de doenças crônicas. O alerta comporta ainda as medidas preventivas em relação ao contágio das SRAG, como manter as mãos higienizadas e os ambientes limpos e arejados. Quem está com sintomas de gripe deve evitar locais fechados, com aglomeração de pessoas, e utilizar lenço de papel descartável ao tossir, evitando sempre cobrir a boca com as mãos.
Ao representar o Ministério da Saúde, a médica infectologista Maria Adelaide Millington, da Gerência Técnica de Influenza da Secretaria de Vigilância em Saúde, explica que os sintomas da SG são febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta, e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor nos músculos) ou artralgia (dor nas articulações). A SRAG apresenta todos os sintomas da SG e mais a hemoptise (expectoração com sangue), dor torácica e dispnéia (falta de ar). A médica indica que, nesse caso, deve ser iniciada medicação imediata de suporte, incluindo hidratação venosa e oxigenoterapia, e o tratamento com Tamiflu, além da realização da coleta de amostra de secreção nasofaringeana (nariz e faringe) até o sétimo dia do início dos sintomas.
Adelaide explicou ainda que o protocolo apresentado no Seminário recomenda, entre outros itens, que os médicos dêem atenção especial às gestantes, sobretudo com a necessidade do uso do antiviral em até 48 horas após o aparecimento dos sintomas mesmo para as que receberam a vacina, além da investigação do caso com exames complementares.
A exemplo da realização do Seminário, o Departamento de Vigilância Epidemiológica da Sespa desenvolve outras estratégias de prevenção e combate às SG e SRAG, como metas emergenciais para a ampliação do atendimento às pessoas com suspeita de vírus respiratório e oferecida assistência adequada aos casos confirmados. Além disso, a Secretaria também intensifica o trabalho de sensibilização das equipes de hospitais e unidades de saúde para a notificação e o manejo clínico do paciente, além da investigação de todos os casos confirmados.
A pesquisa de vírus respiratório é feita pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), que encaminha o material para a análise ao Instituto Evandro Chagas (IEC), instituição responsável pelo atendimento de toda a região Norte e parte do Nordeste. Atualmente, são notificados apenas os casos de gripe que apresentam SRAG. De acordo com Ana Lúcia Ferreira, os vírus ainda estão em circulação, muito por conta do período chuvoso. Os resultados, em média, demoram até sete dias para serem ou não confirmados.
O panorama das doenças no Pará indica que até as 17h10 de 22 de maio de 2013 houve 227 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 80 resultados positivos, sendo 44 para H1N1, 02 para H3N2, 12 para Influenza B, 04 para Influenza A inconclusivo e 18 para outros vírus sazonais. Até o momento foram confirmados 14 óbitos, 08 por H1N1, 01 por H3N2, 03 por Influenza B, 01 por H1N1 e Vírus Respiratório Sincicial e 01 por Influenza não especificada. Segundo dados analisados, até a última quarta-feira, 22, estavam sendo investigados 42 casos de pessoas com suspeita de vírus respiratórios, inclusive os que evoluíram para óbito.
Municípios de residência que tiveram resultado positivo para Influenza A H1N1, A H3N2 e Influenza B: Belém, Barcarena, Ananindeua, Breu Branco, Marituba, Cametá, Novo Repartimento e Ponta de Pedras. É preciso deixar claro que a Sespa informa o município de residência e não o município em que a transmissão aconteceu.
Em relação ao curso à distância oferecido pelo Ministério da Saúde, Adelaide Millington explica que são apresentados casos clínicos interativos, com explicações sobre os erros e acertos a cada decisão que o médico tomar. Ao final de cada caso, o profissional poderá assistir a um vídeo com comentários de médicos especialistas sobre o tema abordado. Além disso, o curso permite o acesso a materiais de apoio, como fluxograma de tratamento, orientações de etiqueta respiratória e links para outros conteúdos. Outros profissionais da saúde podem fazer o curso como visitante, mas não receberão declaração de conclusão. As inscrições podem ser feitas no link http://unasus.gov.br/influenza.
O protocolo apresentado no seminário pode ser baixado pelo seguinte link:
Fonte: SESPA
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