17 abr O uso racional de medicamentos estará em pauta no XVI Congresso Médico Amazônico
Uma prática muito perigosa
Uma dorzinha de cabeça no fim do dia ou um resfriado frequente são sintomas que fazem com que a população vá até a farmácia e logo escolha o melhor remédio. Porém, a automedicação pode representar riscos à saúde. A banalização do uso desses medicamentos está diretamente ligada ao crescimento constante da ocorrência das chamadas doenças urbanas, como o estresse, a ansiedade e o medo.
A automedicação é uma prática muito comum, principalmente no Brasil, e os motivos são vários: o sistema de saúde é pouco estruturado, a maioria da população possui baixo poder aquisitivo e uma rápida ida à farmácia parece ser a opção mais viável. Porém, o paciente precisa estar atento ao uso racional de medicamentos, pois a utilização indevida gera dependência e, por vezes, agrava aquilo que parecia ser passageiro.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 35% dos medicamentos adquiridos no Brasil decorrem da automedicação. A questão cultural e a carência de informações estão entre as várias razões, segundo o infectologista Raimundo Leão, que tornaram essa atitude um hábito. A automedicação é uma prática que está enraizada nas pessoas, principalmente nos brasileiros, mas que deveria ser evitada, pois os medicamentos usados sem orientação médica ou farmacêutica podem causar mais danos do que benefícios, explica o especialista.
PREVENÇÃO
Poucas pessoas sabem, mas várias situações do dia a dia, como resfriados e enxaquecas, podem ser resolvidas com medidas não medicamentosas, com bem menos riscos às pessoas, como repouso, ingestão adequada de líquidos, atividade física regular, eliminação do hábito de fumar e correções alimentares.
De acordo com o médico, grandes avanços já foram dados quanto à exigência da receita para a venda de psicotrópicos e antibióticos, mas ele faz um alerta sobre a necessidade de que essa exigência seja instituída paralelamente a outras medidas relativas ao sistema de saúde, particularmente em estados como o Pará. Em função da vasta extensão territorial e da dispersão da população em algumas regiões, o sistema não funciona de forma adequada, com carência de médicos para atender a demanda. Nesse particular, os chamados medicamentos de uso livre poderiam ser adquiridos, como já é feito habitualmente, sem necessidade de atendimento médico, porém com orientação do farmacêutico.
As chamadas doenças autolimitadas, como dores de cabeça e enjoos rotineiros, que normalmente se resolvem espontaneamente e sem maiores consequências, podem, entretanto, significar sintomas de doenças que necessitam de atendimento médico. Por isso a necessidade de, sempre que possível, ir a uma consulta médica. A avaliação médica inicial é que irá considerar a necessidade ou não de encaminhamento a um especialista, finaliza.
CONGRESSO
O uso racional de medicamentos estará em pauta no XVI Congresso Médico Amazônico entre os dias 21 e 25 de abril, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. O encontro discutirá, com a presença de vários especialistas, os riscos da automedicação, a necessidade de avaliação médica ou farmacêutica para prescrição de receitas e a carência de profissionais para atender as demandas no sistema de saúde no Pará.
Para maiores informações, acesse www.congressomedicoamazonico.com.br ou ligue para os números (91) 3230-1622 ou 3230-4177.
Fonte: Diário do Pará, Caderno Pará, página 10, 17/04/2012.
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