CRF-PA | O Sistema Único de Saúde na região Amazônica
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O Sistema Único de Saúde na região Amazônica

O SUS tem sido inestimável para o enfrentamento à pandemia, o coronavírus demonstrou a importância do sistema de saúde, uma vez que o seu papel foi fundamental para evitar um colapso ainda maior no país. Segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), em março de 2020, mais de 75% da população brasileira contou exclusivamente com o SUS nesse período.

Na Amazônia, por conta do movimento e ciclos dos rios, que desloca áreas de terra, submerge outras, é propício um território em constantes mudanças e deslocamentos, além da dimensão territorial da região norte, e disso decorrem as dificuldades de transporte e logística para atender a população.

Diante deste panorama, para garantir o cuidado e prevenção, como previsto na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a população ribeirinha da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, parte do Maranhão, e Pantanal Sul Matogrossense) conta com as Unidades Básicas de Saúde da Família Fluviais (UBSF), que são embarcações providas de boa estrutura e equipamentos necessários que buscam as especificidades dessa região.

No período pandêmico, por meio do SUS, foram realizadas ações como o “Drive Fluvial”, uma estratégia de vacinação em áreas ribeirinhas. Em Santarém, oeste paraense, as comunidades ribeirinhas que vivem à margem do rio Arapiuns, em suas rabetas, puderam se deslocar a um posto de vacinação no meio do rio, para receber vacina contra Covid-19.

Ainda no Pará, num convênio entre o governo do Estado e o Lar São Francisco de Assis, o Barco Hospital Papa Francisco, sob coordenação do Frei Joel Souza, atua dentro do SUS, por meio da Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa). Com base na cidade de Óbidos, o projeto realiza atendimentos médicos, odontológicos, exames e outros serviços de saúde às populações ribeirinhas que vivem em áreas afastadas. Neste mês, a população de 17 cidades da região do Baixo Amazonas, recebeu atendimento, entre elas estão o município de Almerim, Aveiro, Curuá, Prainha, Terra Santo, Faro, Juriti, Óbidos e Oriximiná.

Com dois anos de funcionamento, a unidade tem importante contribuição para melhora dos indicadores de acesso e qualidade á saúde, contando com centro cirúrgico, quatro leitos hospitalares e equipada para a realização de pequenas cirurgias. Além de consultas médicas especializadas, também estão disponíveis para a população a realização de eco cardiogramas, testes ergométricos, mamografias, ultrassonografias, exames laboratoriais, dispensação de medicamentos e vacinação.

Com uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, o navio possui uma farmácia, onde os farmacêuticos auxiliam na aquisição de materiais e medicamentos, dando assistência à saúde da população ribeirinha e na orientação do uso correto do remédio para que o tratamento tenha eficácia. A embarcação se desloca realizando atendimentos em toda a região da Calha Norte e realiza ao menos duas expedições no mês.

“Nosso trabalho é muito importante, pois sem a aquisição correta de insumo de medicamentos, como iremos atender à população e facilitar o acesso à saúde?”, ressalta Thatiana Cruz, farmacêutica e responsável técnica na aquisição de insumos de medicamentos e abastecimento para cada expedição. Na última, ocorrida entre os dias 3 e 8 de setembro, de acordo com a profissional, mais de 10 mil atendimentos foram feitos, 540 medicamentos entregues e 1.320 pessoas receberam orientação farmacêutica.

Para Thatiana, o trabalho realizado é de suma importância no ato de universalizar o acesso à saúde para que diversas comunidades da bacia amazônica possam usufruir dos direitos estabelecidos em lei. “Somos uma árvore e cada galho faz sua parte, dessa forma, ajudamos para o acesso à saúde com qualidade, rastreando doenças que podem ser tratadas a tempo, contribuindo para a qualidade de vida das pessoas”, pontua.

Por conta da pandemia, com a segunda onda da covid-19 nos meses de fevereiro a maio deste ano, o barco hospital atendeu exclusivamente pessoas com sintomas do vírus e auxiliou na transferência de casos mais graves da doença. Desde junho, as equipes também estão dando conta das demandas de cirurgias eletivas nos municípios da região. O projeto Fila zero, implantado pela Sespa, visa acabar com as esperas por atendimento em média e alta complexidade, em especial cirurgias e internações, nas cidades que mais necessitam.

Em apenas um exemplo conseguimos visualizar claramente a importância e necessidade de fortalecer um dos maiores e mais importantes sistemas de saúde do mundo. Sua existência é o que garante a saúde e segurança da população brasileira e, através de estratégias, promove o acesso a serviços de saúde pelos ribeirinhos, viabilizando assistência a essa população.

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