21 ago Identificados os principais fatores de risco do Alzheimer
Um estudo publicado na edição on-line da revista Journal of Neurology Neurosurgery & Psychiatry concluiu que nove fatores de risco podem contribuir com até dois terços dos casos da doença de Alzheimer em todo o mundo. A boa notícia é que todos esses elementos são contornáveis, disseram os autores, ressaltando a complexidade desse distúrbio neurodegenerativo. De acordo com eles, estratégias preventivas que visem dieta, fármacos, química corporal, saúde mental, doenças preexistentes e estilo de vida podem ajudar a reduzir casos futuros de demência. Isso é particularmente importante, visto que, por enquanto, não existe cura para a doença, destacaram.
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos, queriam investigar os fatores de risco associados ao desenvolvimento da doença para determinar se haveria potencial de reduzi-los. Para isso, se debruçaram sobre os mais relevantes estudos publicados em inglês sobre o assunto desde 1968 até julho de 2014. De quase 17 mil pesquisas, 323 foram incluídas na análise. Elas listavam 93 tipos de fatores em potencial e incluíam mais de 5 mil pessoas.
Ao agregar esses dados, descobriram uma evidência em favor do efeito protetivo do hormônio feminino estrógeno, das drogas de redução do colesterol (estatinas), dos medicamentos para baixar a pressão alta e dos fármacos anti-inflamatórios. Eles também encontraram o mesmo nível de evidência para o folato, as vitaminas C e E e o café, que ajudariam a afastar o risco da doença. De forma similar, os dados indicaram uma forte associação entre níveis altos de homocisteína, um aminoácido produzido no corpo, e a depressão, o que aumentou significativamente o risco de desenvolvimento de Alzheimer.
As evidências também apontaram para um papel complexo de condições preexistentes tanto para aumentar como para diminuir as chances de se ter a doença. De acordo com o estudo, os fatores associados a um risco aumentado incluíram estreitamento da artéria carótida, pressão alta ou baixa e diabetes 2 (no caso apenas da população asiática). Já o histórico de artrite, doença coronariana, síndrome metabólica e câncer era inversamente proporcional aos casos de Alzheimer.
Como o estudo é observacional não investiga causa e efeito , não há conclusões definitivas que se possa tirar dos resultados. Contudo, os pesquisadores sugerem que estratégias preventivas, como dieta apropriada e mudanças no estilo de vida, entre outros cuidados, podem ajudar a frear a doenças no futuro.
Fonte: Correio Braziliense
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