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Fitoterápicos em debate

Fitoterápicos em debate

Belém sedia fórum sobre poder de cura das ervas medicinais e a produção em escala industrial

Das mais de 50 mil espécies de plantas existentes no país, em torno de 20 mil são consideradas medicinais. Essa é a estimativa da doutora Anny Margaly Maciel Trentini, de Curitiba, uma das maiores especialistas em plantas fitoterápicas do Brasil, que estará em Belém hoje, para participar do I Fórum de Tecnologias Sociais em Plantas Medicinais e Fitoterápicas no Bioma Amazônico, expondo o painel “Produção industrial de fitoterápicos: as experiências dos laboratórios farmacêuticos”. A antiga prática de utilização de ervas para o tratamento de algumas doenças permanece forte no Estado. No mercado do Ver-o-Peso, por exemplo, a comercialização desses é realizada há várias gerações.

Anny Margaly, contudo, observa que as pessoas precisam ficar atentas. “As plantas medicinais sempre têm que ser utilizadas com muita preocupação. A primeira é saber a identidade correta da planta. Porque quando elas são usadas com o nome popular elas são muito confundidas, pois pode existir mais de uma com o mesmo nome. O segundo passo é higiene e cuidado. De onde é essa planta, se ela vem de algum lugar contaminado”, observa. Margaly alerta, ainda, que nenhuma erva pode ser utilizada sem conhecimento médico. “Porque assim como qualquer medicamento, uma planta medicinal pode ser benéfica ou não, dependendo da dose”, continua.

Segundo a especialista na área, a erva medicinal é usada “in natura” ou na preparação do chá. Já o medicamento fitoterápico, tem todos os estudos clínicos necessários que garantem a sua eficácia e qualidade. No caso das pomadas ou óleos produzidos de forma artesanal, Anny Margaly observa que não é regulamentado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O doutor em ciências naturais e professor de fitoterapia e fitoquímica da Universidade Federal do Pará (UFPA), Wagner Luiz Ramos Barbosa, diz que as ervas podem ser usados em forma de xaropes, chás, cápsulas e comprimidos, dependendo da indicação e do problema que a pessoa tem. Mas ele alerta que, na hora de adquirir o produto, é importante está atento. “Devemos ter o mesmo cuidado que se tem com alimento na feira. A planta medicial está exposta. Chegando em casa, a pessoa tem que lavar, separar as partes adequadas, verificar se não tem bicho dentro e depois aplicar o remédio. Logicamente que essa lavagem com água corrente não elimina 100% dos microorganismos. Mas tem que ter esse cuidado de limpar bem”, destacou.

Wagner Luiz observa ainda que, apesar dos erveiros do Ver-o-peso terem se capacitado no manuseio das plantas medicinais, ainda não é naturalmente suficiente para garantir a qualidade farmacêutica aceitável. “Não é medicamento. É remédio preparado de forma artesanal, dentro de um contexto cultural, de utilização desses recursos terapêuticos”, afirma. “Existe uma demanda por medicamentos e várias áreas do Pará mostram uma lacuna entre a demanda e o atendimento, o que leva as pessoas a recorrerem ao uso de plantas medicinais, sejam elas em forma natural ou já modificada, como em pomadas”, completa.

“Sempre existiu e sempre deu certo”

Diarréia, dor de cabeça, artrite, inflamação no fígado ou estômago, pressão baixa, hipertensão e vômito. Tudo isso não parece ser problema no Ver-o-Peso, diante da infinidade de chás, pomadas ou óleos feitos com plantas medicinais. Os erveiros do mercado afirmam ter o remédio necessário para esses e outros males. “Sempre existiu e sempre deu certo. Tem gente que não gosta de tomar remédio de farmácia. Então, quando está com febre, toma um chá de eucalipto e pronto. Melhor que se encher de antibiótico”, disse Edna Barros Teles, de 53 anos, trabalhando há mais de 30 com a venda de ervas medicinais .

A erveira Beth Cheirosinha conta que as plantas vêm de municípios próximos da capital do Estado, como Abaetetuba, Marituba, Ananindeua e Benevide e também defende o uso das ervas medicinais. “Farmácia leva química. A nossa é natural. Tem efeito mais rápido e dura de verdade”, declarou.

Sandra Castanho, de 45 anos, possui uma loja especializada em ervas medicinais. Com o conhecimento de quem já trabalha a mais de 20 anos no ramo, ela também tem a receita certa para cada caso. Contudo, Sandra destaca que o consumidor precisa ficar vem atento na hora de comprar uma erva medicinal. “Prestar atenção de onde vem a erva. Se são mesmo aquelas que estão sendo anunciadas. Porque tem muita gente que engana. No caso do chá, ele tem que ser feito diariamente, porque a geladeira pode ser uma caixinha de contaminação”, alertou.

Muitos paraenses seguem a tradição á risca e não dispensam as ervas medicinais para a cura de algumas doenças. A dona de casa paraense Graça Normando, de 62 anos, mora em Brasília e não vinha há Belém há 55 anos. Em visita à capital do Estado depois de tanto tempo, ela foi atrás do tratamento para o problema de artrite que está sofrendo. No Ver-o-peso, comprou uma pomada feita com Andiroba e Copaíba. “Eu vejo sempre na televisão. Os produtos são bons e eu confio. Acho que aqui existe uma coisa mais natural”, concluiu.

 Fonte: Amazônia Jornal

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