21 nov Anvisa vai monitorar reações adversas ao uso do Avastin
A decisão do órgão americano de vigilância, Administração de Drogas e Alimentos (FDA), de retirar a indicação do uso do medicamento Avastatin (bevacizumabe) para o tratamento de câncer de mama com metástase não traz reflexos imediatos no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio de sua assessoria de imprensa, informou que, por enquanto, nenhuma revisão da recomendação brasileira será feita. A ideia é apenas reforçar o monitoramento de eventuais reações adversas do medicamento.
Hoje à tarde, técnicos da Anvisa analisavam a decisão do FDA, adotada depois da análise de estudos apresentados pela fabricante, Roche. De acordo com a agência americana, o uso do Avastatin para casos de câncer de mama com metástase não retardou o crescimento do tumor. Não há estudos também que comprovem que o uso do medicamento melhorou a qualidade de vida das pacientes. Diante desse quadro, a agência determinou a retirada desta indicação do remédio na bula.
No Brasil, a Anvisa já havia, em dezembro, solicitado que a indústria farmacêutica alterasse a bula do remédio. A determinação era a de que as bulas passassem a indicar o uso da droga associada ao paclitaxel, um antineoplásico da família de drogas quimioterápicas que impedem o crescimento celular por meio do bloqueio da divisão celular, os taxanos. Na época, a Anvisa também recomendou para que a bula desaconselhasse a associação do Avastatin com outro taxano, o docetaxel.
Em nota oficial, a Roche, fabricante do remédio, diz que a decisão está limitada ao mercado americano e que o papel do Avastin na primeira linha de tratamento do câncer de mama metastático é suportado por dados clínicos. O laboratório ressalta que o remédio foi administrado para mais de um milhão de pacientes em todo o mundo desde o lançamento, em 2005 e reitera que a droga continua como uma alternativa válida para médicos e pacientes que lutam contra o câncer de mama metastático, doença grave que tem poucas possibilidades de tratamento.
Fonte: Estadão
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