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Sespa inicia II Semana de Combate aos Acidentes com Escalpelamento

Sespa inicia II Semana de Combate aos Acidentes com Escalpelamento

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação de Estadual de Mobilização Social, lançou nesta segunda-feira, 22, em Belém, a “II Semana Estadual de Prevenção e Combate aos Acidentes de Motor com Escalpelamento”, com ações na Feira do Açaí, anexo ao mercado do Ver-o-Peso, e no Porto do Açaí, no bairro do Jurunas. A campanha reforça a necessidade contínua de convencer a população a adotar estratégias para evitar o escalpelamento – acidente causado pelo eixo exposto dos motores das embarcações que, ao enroscar e puxar os cabelos longos das meninas e mulheres, arranca parte ou todo o couro cabeludo, podendo levar até à morte.

Uma série de mobilizações acontecerá até a sexta-feira, 26, quando será lançada a Campanha Estadual de Prevenção e Combate ao Escalpelamento,  no auditório da Fundação Santa Casa de Misericórdia. Até lá, outras ações estarão sendo realizadas de forma simultânea nas ilhas de Sirituba e Trambioca, na grande Belém, e nos municípios de Abaetetuba, Cametá, Curralinho, Breves, Portel, São Sebastião da Boa Vista, Gurupá, Melgaço, Bagre e  Oeiras do Pará.

Alusiva também ao Dia Nacional de Combate ao Escalpalamento, lembrado no dia 28 agosto, a campanha é mais um momento significativo na luta pela erradicação dos acidentes. “Isso ajuda a firmar compromissos entre os entes e órgãos públicos e fortalecendo a política estadual no combate ao escalpelamento no Pará”, explica Socorro Silva, coordenadora Estadual de Mobilização Social.  O acidente com escalpalamento é um tipo de agravo muito recorrente no Pará, cujas características geográficas contribuem para que a população utilize as embarcações como meio de transporte principal, sobretudo às proximidades de festas religiosas e períodos de férias escolares. “Mulheres e crianças são as maiores vítimas, e geralmente ficam graves sequelas físicas e psicológicas”, reforça.

Grande parte das vítimas é oriunda dos municípios do Arquipélago do Marajó e do oeste paraense. Nos últimos 20 anos, o governo estadual tem intensificado as ações de prevenção em todo o Estado, principalmente nas localidades ribeirinhas. Segundo levantamento referente ao período de 1997 a 2012, 85% dos acidentados foram do sexo feminino – e destes, 65% crianças. Em 2015 foram registrados 11 casos de escalpelamento em todo o Estado. Neste ano, até o momento há três registros. Normalmente, há maior ocorrência no mês de julho, mas não houve nenhum caso registrado no mês.

“A maior parte dessas vítimas é de ribeirinhos, que têm no barco o principal meio de transporte. O fato de descentralizarmos essas ações para o interior é uma forma de fazer com que também os profissionais dos municípios alertem a população para hábitos simples, como fazer um ‘pitozinho’ no cabelo, usando de uma linguagem que o povo compreenda de imediato”, explica Socorro Silva.

Em termos de ações preventivas, a Sespa vem se empenhando em combater o escalpelamento, sobretudo a partir de 2008, quando foi criada a Comissão Estadual de Erradicação dos Acidentes com Escalpelamento (Ceeae), que já promoveu, entre tantas outras atividades, a ação de cobertura de carenagens, feita pelos militares da Capitania dos Portos, responsável pelas ações de segurança naval nos rios do Pará, das quais destaca-se a colocação de proteção no eixo do motor, procedimento feito em parceria com a Sespa e que desde 2009, por meio de lei federal, tornou-se obrigatório. Desde então, mais de três mil embarcações receberam proteção nos eixos. A instalação não tem custo para o dono da embarcação, porque é patrocinada por empresas privadas.

Em vésperas de datas especiais, como Carnaval, Círio de Nazaré e Natal, a Ceeae distribui cartazes e material informativo em portos, com o objetivo de conscientizar turistas e ribeirinhos sobre o problema. Também são divulgadas informações sobre o atendimento às vítimas, que hoje é oferecido pelo Paives, na Santa Casa, em Belém, e sobre o acesso ao Tratamento Fora de Domicílio (TFD), benefício fornecido pelos municípios aos pacientes que precisam cuidar das sequelas fora da cidade de origem.

Próteses – Uma conquista importante não só para a medicina, mas principalmente para a qualidade de vida de vítimas de escalpelamento ocorreu no dia 05 de agosto deste ano, quando foram realizadas na Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém, as duas primeiras cirurgias realizadas no Brasil de implante de próteses auriculares (de orelhas) em duas mulheres escalpeladas.

A meta do Governo do Pará é beneficiar 57 mulheres e um homem que tiveram as orelhas amputadas, juntamente com o couro cabeludo, em decorrência de acidentes com eixo de motor de embarcações. Serão implantadas 66 próteses. E para acolher melhor as vítimas e, também seus acompanhantes, foi criado o “Espaço Acolher”, que abriga pacientes e membros da família durante o tratamento.

 Fonte: SESPA

 

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