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Vírus ou bactéria? Novo exame detecta origem de infecções

Vírus ou bactéria? Novo exame detecta origem de infecções

Um novo exame de sangue, realizado em apenas duas horas, pode ajudar os médicos a detectarem se uma infecção é causada por uma bactéria ou por um vírus. O resultado, publicado na revista científica “Plos One”, pode fazer com que pacientes tratados com antibióticos parem de tomá- los caso não sejam necessários, explicam os cientistas.

Apesar de o teste ainda estar em estágio de laboratório, a equipe que o idealizou — cientistas de centros médicos em Israel, em colaboração com a empresa farmacêutica Memed — já está trabalhando num dispositivo portátil para comportá- lo, e novos estudos estão sendo realizados.

Ao contrário da maior ia dos diagnósticos de doenças infecciosas, que se baseiam na detecção de agentes patogênicos diretos, essa abordagem decodifica a resposta imune do corpo para caracterizar com precisão a causa da infecção.

Analisando amostras de sangue de mais de mil pacientes que estavam com suspeita de infecções, os pesquisadores descobriram que podiam detectar cor retamente um vírus ou uma infecção bacteriana em cerca de 90% dos casos. A nova tecnologia se aproveita do fato de que a bactéria e o vírus desencadeiam diferentes vias no sistema imunológico humano. Ao realizar o rastreio extenso de proteínas nesse sistema em pacientes com infecções agudas, o grupo identificou três proteínas solúveis que são ativadas exclusivamente por bactérias ou por vírus.

Os pesquisadores, então, desenvolveram algoritmos patenteados que integram essas proteínas, para produzir uma “assinatura imunológica” que identifica com precisão a causa da infecção. O experimento foi validado num grupo diversificado de crianças e adultos em diferentes períodos após o início dos sintomas ( a partir do primeiro dia até 12 dias) e em 56 espécies de agentes patogênicos diferentes. O resultado permaneceu coeso em todos os subgrupos estudados.

600 PROTEÍNAS RASTREADAS

Segundo a empresa, o estudo foi conduzido com uma gigantesca filtragem de dados, seguido por um extenso rastreio de 600 proteínas relacionadas ao sistema imunológico, apontando que algumas tiveram padrões bem divergentes em pacientes infectados por bactér ias ou por vírus. Em particular, a proteína mais informativa que encontraram, chamada “Trail”, aumentava dramaticamente no sangue de pacientes infectados com uma vasta var iedade de vír us, mas, surpreendentemente, diminuía nas infecções bacterianas.

— Nossa equipe desenvolveu um algoritmo que integra pelo computador a “Trail” com outras proteínas. O teste é preciso. Para a maioria dos pacientes, conseguimos dizer se a infecção foi causada por uma bactéria ou por um vírus dentro de duas horas — afirmou o pesquisador Eran Eden, da Memed. — O procedimento não é perfeito e não substitui o julgamento de um médico, mas é melhor do que muitos dos testes de rotina utilizados hoje.

Segundo especialistas, os médicos enfrentam uma série de desafios para decifrar o que é responsável por uma infecção e qual seria o melhor tratamento para enfrentá- la. Os exames de rotina feitos para verificar a identidade definitiva do causador pode levar dias. Em muitos casos, o processo envolve pegar um amostra e tentar cultivar o organismo em um laboratório.

O REMÉDIO CERTO

A pesquisa demonstrou, ainda, que testes de partículas no sangue também podem ajudar a dar pistas, mas o problema é que alguns organismos são criados tanto em infecções bacterianas quanto virais. Assim, muitas vezes, os antibióticos — que só funcionam em bactérias — são usados em excesso. Por outro lado, alguns pacientes que precisam tomar esse tipo de remédio não o fazem cedo o suficiente.

— O trabalho aborda um problema realmente sério. Ser capaz de identificar uma possível infecção logo no início e, em seguida, poder diferenciar entre uma possível causa viral ou bacteriana, é importante — disse o professor Jonathan Ball, um especialista em vírus da Universidade de Nottingham. — Isso vai permitir a intervenção clínica informada e minimizar a necessidade de uso inadequado de antibióticos em alguém infectado por um vírus.

Fonte: O Globo

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