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Sespa oficializa fluxo de assistência em doença de Chagas

Sespa oficializa fluxo de assistência em doença de Chagas

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) lançou a Rotina de Seguimento Ambulatorial da Doença de Chagas no Pará em toda a rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), na manhã desta quinta-feira 27), no auditório do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa). A portaria nº 1619, de 21 de dezembro de 2012, que estabelece o padrão de atendimento, foi publicada na edição de ontem no Diário Oficial do Estado (DOE).

Com a nova medida, o objetivo é garantir um atendimento clínico adequado aos pacientes com doença de Chagas no Pará, cumprindo o protocolo clínico instituído pelo Ministério da Saúde. Na prática, a Coordenação Estadual de Controle da Doença de Chagas fará a distribuição do Manual de Recomendações para Diagnóstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doença de Chagas, que é destinado aos profissionais de saúde, principalmente médicos, e estudantes de medicina, que atuam na rede pública de Saúde, enfatizando os aspectos da clínica, do diagnóstico e do tratamento da doença e, em especial, da cardiopatia chagásica aguda, assim como as condutas que devem nortear o tratamento de grupos especiais como crianças, gestante e lactente.

O lançamento foi feito pelo secretário de Estado de Saúde Púbica, Helio Franco; juntamente com a coordenadora estadual de Doença de Chagas, Elenild Góes; e da cardiologista e coordenadora do Programa Multidisciplinar em Doença de Chagas do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), Dilma Souza. O evento foi prestigiado pela presidente da Sociedade Médico-Cirúrgica do Pará, Cléa Bichara; do diretor do Sindmepa, João Gouveia, do professor e pesquisador da UFPA, Walter Amoras; e profissionais de saúde.

Dilma Souza fez um histórico da doença de Chagas no Estado, cujos primeiros pacientes foram atendidos no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em 2009, recebendo atenção multidisciplinar. Um passo importante foi unir a Assistência com a Vigilância, o que proporcionou a realização de capacitações de profissionais nos municípios, como no Hospital Regional do Marajó, em Breves, facilitando o acompanhamento dos pacientes, que não precisam mais vir Belém para tratamento.

Em 2011, o HUJBB como referência em Infectologia, foi oficializado como Referência Estadual em Doença de Chagas e é para lá que devem ser encaminhados os pacientes em estado mais grave. Hoje, o HC funciona como referência em casos de acometimento cardíaco grave em fase aguda ou crônica.

Segundo Dilma, além da assistência médica, o serviço do HUJBB é campo de pesquisa e fonte de informações científicas sobre doença de Chagas. Ela afirmou que todo o trabalho nessa área é resultado de integração entre várias instituições, como Sespa, HUJBB, HC, Sociedade Paraense de Cardiologia, Sociedade Paraense de Infectologia e UFPA, no sentido de antecipar o diagnóstico e tratamento dos doentes.

De acordo com Elenild, desde 2006, quando o Programa de Doença de Chagas foi oficialmente implantado, o Estado registrou 931 casos confirmados da doença com 21 óbitos distribuídos em 56 municípios. Este ano, a Sespa registrou até agora 146 casos e 03 óbitos (02 em Abaetetuba e 01 em São Miguel do Guamá),e há a preocupação que mais casos sejam notificados até o início de 2013.  Os municípios com mais casos da doença são Abaetetuba (62), Belém (21) e Bragança (09). Em 2011, o Pará registrou 141 casos de doença de Chagas.

Helio Franco elogiou o esforço dos profissionais que estão à frente desse trabalho e ressaltou que é uma doença de fácil prevenção, já que depende apenas de uma boa higienização dos frutos a serem consumidos, como o açaí. “Basta mergulhar o fruto por dez segundos em água quente a 80 graus centígrados e depois mergulhar em água fria”.  Esse é o processo simples chamado de branqueamento, que pode ser feito pelos batedores de açaí. “O açaí não tem culpa no cartório, o que falta é higiene de quem manipula. Precisamos evitar o problema, porque depois que a pessoa adoece é mais complicado de resolver, inclusive, algumas pessoas deixam seu município para fazer tratamento na capital. Estado e sociedade têm responsabilidade em prevenir e combater a doença”, observou.”.

O Plano Estadual de Intensificação das Ações de Controle da Doença de Chagas inclui atividades de Vigilância Epidemiológica, Sanitária, Pesquisa de Reservatórios Animais, Vigilância Entomológica, Vigilância Laboratorial e Assistência. O papel da Sespa é de apoiar os municípios, com assessoria técnica e capacitação profissional para que o serviço funcione da melhor forma possível, o que inclui o trabalho da Vigilância Sanitária, com o ensino das boas práticas na manipulação de alimentos como o açaí.

Transmissão e sintomas – O mal de Chagas é transmitido pelo barbeiro infectado, que ao picar uma pessoa sadia deposita fezes contaminadas no ferimento, permitindo a entrada do parasito Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea. A doença também pode ser transmitida por via oral, por meio de alimentos contaminados pelo barbeiro.

Na fase aguda, os principais sintomas são dor de cabeça, febre, cansaço, edema facial e dos membros inferiores, taquicardia, palpitação e dor no peito e falta de ar. Como os sintomas iniciais parecem com o de outras doenças, a pessoa deve procurar atendimento médico imediato para fazer exame e ser referenciado para o serviço especializado.

Diagnóstico e tratamento – O diagnóstico precoce é fundamental nos casos de doença de Chagas, pois quanto mais tempo leva para o paciente iniciar o tratamento, mais danos o parasito Trypanosoma cruzi causa no organismo, principalmente no coração. Um paciente com suspeita da doença precisa ser logo notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento, visando à redução das sequelas, uma vez que a doença de Chagas não tem cura.

Todo paciente agudo torna-se crônico com ou sem sequelas. E, embora a sorologia do paciente possa dar negativa para a doença após algum tempo, o parasito permanece no tecido e o estrago que faz no coração é irreversível. Por tudo isso, o paciente com Chagas recebe medicamento específico por dois meses e permanece em acompanhamento médico pelo período de cinco anos.

Fonte: Agência Pará de Notícias

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