20 mar Estado vai ter produção de medicamentos
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) vai criar um laboratório de produção de medicamentos no Estado. O projeto vai atender uma necessidade do Ministério da Saúde, criando um polo de fármacos na região Norte. O laboratório deve ficar pronto em setembro, mas ainda não tem nome definido. Ele fabricará remédios para atender demandas do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o secretário adjunto da Secti, Alberto Arruda, a novidade trará mais recursos ao Estado, além de abrir portas à pesquisa. Abrindo um laboratório desse, trazemos tecnologia, qualificamos profissionais, criamos postos de trabalho e aumentamos a arrecadação do Estado, avalia. A proposta é começar com a produção de farmoquímicos e a pesquisa de fitoterápicos. O laboratório vai começar produzindo os remédios mais simples, que são os farmoquímicos, como aspirinas ou o paracetamol, mas vamos aproveitar nosso potencial de plantas amazônicas para iniciar pesquisas que vão resultar em novos remédios, os fitofármacos, completa.
INVESTIMENTOS
O Ministério da Saúde já está financiando a construção de três laboratórios de fitoterápicos no Pará. Se as pesquisas derem certo, vamos criar mais laboratórios no interior do Estado. É claro que os resultados podem demorar 10 anos, mas o investimento é necessário, diz Arruda.
A perspectiva é um contrato de R$ 400 milhões com o Ministério da Saúde, mas, para isso, o governo precisa do laboratório pronto e um parceiro na iniciativa privada. Estamos negociando a parceria com o Laboratório Cristália, de São Paulo, que já propôs, inclusive, a criação de duas unidades de pesquisa de plantas amazônicas no Estado, revela o secretário.
Contudo, Alberto explica que ainda não é possível saber qual medicamento será produzido aqui. O Ministério nos passa a demanda somente após estarmos aptos a produzir. Mas, de início, a produção é feita pelo laboratório privado, lacrado com o selo do Estado. A cada ano, o nosso laboratório vai se preparar para mais uma etapa do medicamento até ser responsável por toda a produção, acrescenta.
A produção de apenas um tipo de remédio pode custar cerca de R$ 200 milhões, segundo o secretário. Os processos são longos e não trazem resultados imediatos, mas gastar dinheiro com ciência e tecnologia é investimento. Precisamos parar de apenas vender matéria-prima e começar a produzir, afirma.
BIOFARMÁCIA
O projeto ambiciona chegar à produção de biofármacos, a de alta tecnologia da indústria farmacêutica. Nós sabemos de indústrias que produzem biofármacos que se interessam em investir aqui e queremos chegar lá, revela.
A biofarmácia produz medicamentos a partir do uso de micro-organismos em processos biológicos extremamente complexos. Remédios para o tratamento do Câncer, AIDS e reumatismos são feitos por esses procedimentos.
Fonte: Diário do Pará, Caderno Belém, página 6, 17/03/2012
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