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DOENTES SOFREM SEM REMÉDIOS

DOENTES SOFREM SEM REMÉDIOS

Faltam Eritropoetina e Riluzol, fornecidos pelo SUS, dos quais dependem renais crônicos e pacientes com esclerose

Os pacientes com insuficiência renal crônica do Pará estão tendo dificuldades para obter o medicamento Eritropoetina, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio, aplicado por meio de injeções, é indispensável para evitar quadros de anemia durante o tratamento de hemodiálise dos renais crônicos, visto que funciona na reposição glóbulos vermelhos do sangue. Segundo a diretora da Associação dos Renais Crônicos e Transplantados do Pará (ARCT-PA), Belina Soares, as remessas do medicamento enviadas pelo Ministério da Saúde não estão sendo suficientes para a demanda de pacientes.

Segundo ela, o Ministério da Saúde repassa ao Estado Eritropoetina de 2 mil miligramas e 4 mil miligramas, enquanto que o Estado fornece Eritropoetina 3 mil miligramas. Ela conta que, na última quarta-feira, 18, o Ministério da Saúde enviou ao Estado uma remessa com 10 mil frascos do medicamento Eritropoetina 4 mil miligramas, quantidade que seria insuficiente para a demanda do Pará. Hoje, segundo dados da associação, o Pará possui 1.728 renais crônicos e cada paciente cadastrado recebe por mês 12 frascos do medicamento.

Para a farmácia da Unidade de Referência Especializada (URE) Presidente Vargas, local que concentra grande parte da demanda da Região Metropolitana de Belém (RMB), foram enviados apenas 2 mil frascos. “Só na Região Metropolitana, hoje, existem mais de 900 pacientes renais crônicos, ou seja, é uma quantidade insuficiente”, diz Belina. A idosa Robertina da Cruz Melo, por exemplo, foi até a URE na última sexta-feira e voltou sem o medicamento. Aos 71 anos, Robertina se submete a três sessões de hemodiálise por semana, com duração de 4 horas cada. A filha de Robertina, Antônia Melo, está preocupada com a falta do medicamento. “Ela já está sem remédio e se não chegar a tempo minha mãe vai ser obrigada a interromper o tratamento”, disse Antônia.

Belina Soares diz que a situação é preocupante. “A associação tem feito seu papel em correr atrás, mas infelizmente a burocracia não tem ajudado, e nisso quem sai prejudicado é o paciente. Quando o Ministério da Saúde não supre a demana, o Estado tem que entrar para resolver a questão”, ressalta a diretora. Segundo ela, o problema é grave e já se arrasta há cerca de três anos. “Toda vez é a mesma história, a quantidade não é suficiente, o Estado compra a conta-gotas e quem sai perdendo são os cidadãos que precisam desse remédio. É um problema grave”, emenda Belina.

O Departamento de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que está em andamento o processo de compra do medicamento Eritropoetina para consumo de doze meses. A previsão é que esteja à disposição dos pacientes num prazo de dez dias. A Sespa esclarece que, muitas vezes, de fato, as remessas do Ministério da Saúde não são suficientes para atender à demanda, daí a necessidade de o Estado providenciar a aquisição do medicamento e ser ressarcido depois pelo Ministério da Saúde.

Medicamento retarda efeitos da doença

Os pacientes que sofrem de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença que afeta o sistema nervoso e causa a degeneração do sistema motor em vários níveis, também sofrem com a falta de remédios do Sistema Único de Saúde .

O medicamento fornecido pelo SUS é o Riluzol, fundamental para retardar os efeitos da doença degenerativa. Na semana passada, reportagem revelou a falta do remédio na farmácia do hospital Ofir Loyola – problema que continua sem solução.

Um dos pacientes que necessita do remédio é Marinaldo Domingues de Almeida, 63 anos. Marinaldo e a esposa, Lucimar Souza, moram em Marabá e vieram a Belém na semana passada buscar o medicamento, mas tiveram que voltar sem o remédio. “Fomos novamente até o Ofir Loyola e, de novo, nos disseram que não há previsão. Tivemos que voltar e alguém vai ter que mandar para nós quando chegar”, disse Lucimar.

A doença de Marinaldo está em estado avançado – ele já perdeu a fala, tem dificuldades de locomoção, sofre com o comprometimento parcial dos movimentos do lado direito, entre outros sintomas. Caso o paciente interrompa a medicação, os sintomas se instalam de maneira mais rápida. Em nota, o Departamento de Assistência Farmacêutica da Sespa informou que a compra emergencial do medicamento já foi efetivada, mas ainda não há previsão de entrega.

Fonte: Jornal Amazônia

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