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Teste identifica insuficiência renal por meio da saliva

Teste identifica insuficiência renal por meio da saliva

Um novo teste permite a detecção da insuficiência renal aguda com algumas gotas de saliva. A proposta é utilizá-lo em regiões remotas, como o interior do Norte e Nordeste, onde é difícil o acesso a laboratórios.

A insuficiência renal aguda é a perda da capacidade dos rins de realizar suas funções. Precisa ser revertida rapidamente antes que se torne crônica, o que poderá levar o paciente a necessitar de diálise e transplante renal.

O teste é simples: basta que o paciente cuspa em um tubo. Ali é colocada uma fita com reagentes que, em contato com a saliva, muda de cor e indica o nível de ureia.

A faixa de concentração da substância é medida de acordo com uma tabela de cores.

O teste foi desenvolvido por duas instituições americanas (Integrated Biomedical Technology e o Renal Research Institute) e testado no Brasil por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Os ensaios clínicos foram realizados no trabalho de doutorado da pesquisadora Viviane Calice da Silva em 44 pacientes internados em um hospital em Joinville (SC).

Os resultados, apresentados em novembro no Congresso Mundial de Nefrologia, demonstraram que o teste de saliva foi tão eficaz quanto o exame de sangue em detectar os casos graves de doença renal, que precisavam de tratamento imediato.

RAPIDEZ

Segundo o médico Roberto Pecoits Filho, professor da PUCPR e orientador do trabalho, o teste aguarda agora o registro do FDA (agência norte-americana que regula fármacos). Depois, deverá ser submetido à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O custo hoje é de US$ 1 (R$ 2,35) por teste.

“Uma vantagem dele é a rapidez e a facilidade de manejo. Em um minuto podemos verificar o resultado, enquanto que no exame laboratorial pode demorar horas”, afirma Pecoits Filho.

Ele participa de um programa internacional que luta para eliminar as mortes de jovens causadas por insuficiência renal aguda em países da África e sudeste da Ásia.

Por isso, já aplicou o teste em cem pacientes do Maláui (África), onde a incidência da doença renal aguda é alta e a infraestrutura, precária.

Para o diretor da Sociedade de Nefrologia do Estado de São Paulo, Ruy Barata, se o teste de ureia na saliva comprovar, em estudos maiores, a mesma acurácia do exame de sangue será “muito bem-vindo”, inclusive nos hospitais dos centros urbanos para evitar o exame de sangue.

Segundo ele, muitos pacientes internados em UTIs desenvolvem insuficiência renal aguda em razão de quadros como a infecção generalizada. Ela também é causada por doenças como malária, leptospirose, diarreia e por complicações do parto.

URGÊNCIA

A falência renal aguda (diferentemente da crônica, que não tem cura) é reversível em 80% dos casos quando tratada imediatamente, segundo Pecoits Filho. A terapia inclui medicamentos, hidratação profunda com soro e diálise peritonial, se preciso.

Outro dado preocupante, explica o médico, é que 70% dos pacientes em tratamento descobrem a doença quando os rins já estão gravemente comprometidos.

Fonte: Folha de S. Paulo 

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Teste identifica insuficiência renal por meio da saliva

Teste identifica insuficiência renal por meio da saliva

Um novo teste permite a detecção da insuficiência renal aguda com algumas gotas de saliva. A proposta é utilizá-lo em regiões remotas, como o interior do Norte e Nordeste, onde é difícil o acesso a laboratórios.

A insuficiência renal aguda é a perda da capacidade dos rins de realizar suas funções. Precisa ser revertida rapidamente antes que se torne crônica, o que poderá levar o paciente a necessitar de diálise e transplante renal.

O teste é simples: basta que o paciente cuspa em um tubo. Ali é colocada uma fita com reagentes que, em contato com a saliva, muda de cor e indica o nível de ureia.

A faixa de concentração da substância é medida de acordo com uma tabela de cores.

O teste foi desenvolvido por duas instituições americanas (Integrated Biomedical Technology e o Renal Research Institute) e testado no Brasil por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Os ensaios clínicos foram realizados no trabalho de doutorado da pesquisadora Viviane Calice da Silva em 44 pacientes internados em um hospital em Joinville (SC).

Os resultados, apresentados em novembro no Congresso Mundial de Nefrologia, demonstraram que o teste de saliva foi tão eficaz quanto o exame de sangue em detectar os casos graves de doença renal, que precisavam de tratamento imediato.

RAPIDEZ

Segundo o médico Roberto Pecoits Filho, professor da PUCPR e orientador do trabalho, o teste aguarda agora o registro do FDA (agência norte-americana que regula fármacos). Depois, deverá ser submetido à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O custo hoje é de US$ 1 (R$ 2,35) por teste.

“Uma vantagem dele é a rapidez e a facilidade de manejo. Em um minuto podemos verificar o resultado, enquanto que no exame laboratorial pode demorar horas”, afirma Pecoits Filho.

Ele participa de um programa internacional que luta para eliminar as mortes de jovens causadas por insuficiência renal aguda em países da África e sudeste da Ásia.

Por isso, já aplicou o teste em cem pacientes do Maláui (África), onde a incidência da doença renal aguda é alta e a infraestrutura, precária.

Para o diretor da Sociedade de Nefrologia do Estado de São Paulo, Ruy Barata, se o teste de ureia na saliva comprovar, em estudos maiores, a mesma acurácia do exame de sangue será “muito bem-vindo”, inclusive nos hospitais dos centros urbanos para evitar o exame de sangue.

Segundo ele, muitos pacientes internados em UTIs desenvolvem insuficiência renal aguda em razão de quadros como a infecção generalizada. Ela também é causada por doenças como malária, leptospirose, diarreia e por complicações do parto.

URGÊNCIA

A falência renal aguda (diferentemente da crônica, que não tem cura) é reversível em 80% dos casos quando tratada imediatamente, segundo Pecoits Filho. A terapia inclui medicamentos, hidratação profunda com soro e diálise peritonial, se preciso.

Outro dado preocupante, explica o médico, é que 70% dos pacientes em tratamento descobrem a doença quando os rins já estão gravemente comprometidos.

Fonte: Folha de S. Paulo 

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