17 mar Sal e açúcar na medida certa
Doces agora devem se limitar a 5% das calorias totais da dieta e o sal vem sendo restringido nos alimentos industrializados; saiba quanto comer e o que evitar.
Brasileiro gosta de muito sal e mais ainda de açúcar.
O consumo médio diário de sal recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 5 gramas, mas aqui consome-se quase o dobro, 9,6 gramas por dia.
De açúcar, em vez dos 25 gramas diários indicados, 150 gramas vão para a alimentação.
Para piorar a conta, este mês a OMS recomendou que a quantidade diária de açúcar seja reduzida à metade: em vez de 10% das calorias totais, que sejam 5%.
Uma pesquisa publicada na revista Hypertension mostrou que as crianças estão comendo sal demais 3,75 gramas, 0,75 gramas a mais que o aconselhável principalmente de cereais e pães.
Por aqui, o Ministério da Saúde já assinou quatro acordos de redução do teor de sódio nos alimentos industrializados para chegar à meta de diminuir 68% em quatro anos.
A composição do carrinho de supermercado terá que mudar.
Mas como?
Para a nutricionista Bia Rique, chefe de nutrição da enfermaria de cirurgia plástica da Santa Casa de Misericórdia do Rio, o importante é prestar atenção aos outros nomes do açúcar, os xaropes, dextrose, maltose e concentrados.
Com muito mais açúcar, essas opções são usadas para conservar e adoçar industrializados, mas elevam a glicose no sangue.
E optar por uma alimentação natural, com menos processados.
O endocrinologista Amélio Godoy Matos, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), vai além: ninguém precisa de açúcar.
O açúcar é caloria vazia (sem nutrientes) que não tem necessidade na vida de ninguém, o corpo pode tirar açúcar de outros carboidratos, mas é claro que o consumo de açúcar tem a ver com prazer diz ele.
No organismo, o açúcar se transforma em glicose, eleva a insulina e aumenta a síntese de energia.
No rastro, afeta os radicais livres, os famosos oxidantes responsáveis pelo envelhecimento.
Quanto menos a pessoa acionar essa cadeia, menos inflamação do sistema vascular e menos envelhecimento celular; mas não é só o açúcar, é o carboidrato que também tem que ser eventual explica Godoy, ressaltando que há hoje uma antipropaganda em relação aos adoçantes.
Ninguém toma dose tóxica porque isso seria o equivalente a 200 ml por dia.
O consumo diário recomendado de adoçante varia conforme peso, idade e comorbidades do paciente, segundo a endocrinologista Isabela Bussade.
Para sacarina, 5mg/kg; estévia, 5,5mg/kg; ciclamato, 11mg/kg; e aspartame, 40mg/ kg.
E podem ser usados até por crianças, sendo sucralose, estévia e aspartame considerados mais saudáveis.
É claro que ninguém vai indicar adoçante para criança (a não ser por diabetes ou obesidade), porque ela tem que aprender a comer porções regulares de açúcar, mas é uma medida educativa, porque não teria problema.
Os adoçantes são comercializados há mais de 25 anos sem nenhuma doença grave associada explica.
No ano 2000, a FDA, agência que regulamenta alimentos e medicamentos nos EUA, retirou a sacarina da lista de carcinogênicos e, de todos esses, a stevia, que é de origem vegetal, não é aprovada pela FDA por falta de estudos.
O aspartame tem risco para fenilcetonúricos, mas não há evidências científicas que comprovem as reações de cefaleia, convulsões e distúrbios cognitivos relacionadas à substância.
Quanto ao sal, os especialistas consideram a redução importante, principalmente para hipertensos, com a ressalva de que, ao contrário do açúcar, o sal tem uma função vascular: em uma pessoa saudável, ajuda a manter os níveis de pressão arterial, entre outros efeitos.
Fonte: O Globo
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