12 ago Primeira infecção humana por superbactéria é registrada no Brasil
No início do século, por causa do surgimento de bactérias resistentes a praticamente todos os antibióticos beta-lactâmicos, como as penicilinas, a Colistina voltou a ser utilizada como última alternativa terapêutica no tratamento de infecções produzidas por microrganismos multirresistentes, principalmente associadas a surtos de infecção hospitalar. A comunidade médica acreditava que o desenvolvimento da resistência contra essa droga seria um processo difícil, o que não aconteceu.
No fim do ano passado, um artigo alarmante foi publicado na revista Lancet Infectious Diseases, em que pesquisadores chineses descreveram a identificação de um novo gene (o mcr-1) que confere resistência contra polimixina E e polimixina B disse Lincopan.
Em maio, o gene foi identificado em cepas de E. coli nos EUA. Países da Europa, da Ásia e da África também já tiveram casos registrados. Uma das maiores preocupações das agências de saúde é que o gene é facilmente transferível entre espécies bacterianas. Estudos já identificaram o mcr-1 em cepas de bactérias clinicamente importantes, como Escherichia coli, Salmonella spp. e Klebsiella pneumoniae.
No Brasil, no início deste ano, nosso grupo de pesquisa identificou pela primeira vez a presença do gene mcr-1 em animais de produção das regiões Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e Sul (Paraná e Santa Catarina), o que deve ser considerado uma urgência epidemiológica e um alerta para as implicações no agronegócio, visto que o país é um grande produtor e exportador de produtos de origem animal alertou o pesquisador.
Fonte: O Globo
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