19 jun Parentes denunciam a falta de medicamentos a pacientes do Barros Barreto
A costureira Rosali Quadros dos Remédios, 60 anos, vai todo o dia ao hospital para ver a mãe de 96 anos, que está com fibrose no pulmão, há 30 dias internada no local. O remédio que ela precisa tomar para sobreviver, o Acetilcisteína, está em falta. Precisei trazer de casa. Ele custa cerca de R$60,00. Não tem também antibiótico próprio para tratar o pulmão, que não vende em farmácia, cuja precisão é chegar esta semana. A água destilada, que serve para a limpeza de curativos, estaria sendo substituída por água mineral. Observar o que está acontecendo é muito triste, porque vemos que os funcionários do hospital têm razão em pedir melhores condições de trabalho, lamenta a acompanhante.
A filha da aposentada Maria de Nazaré Bonfim, 57, a dona de casa Elivânia Maria Costa Bonfim, 31, também reclamou da falta de medicação. A paciente está internada há 45 dias, com enfisema pulmonar. Minha mãe teve um traumatismo na coluna e não tinha morfina pra amenizar a dor. O remédio para pulmão eu também precisei comprar. Na Farmácia Popular o preço é mais vantajoso, mas não deixa de ser uma despesa e uma preocupação, porque hoje pode faltar uma medicação simples de encontrar. Amanhã pode ser outro que não pode ser vendido, argumenta a mulher que não está empregada porque a mãe precisa de cuidados integrais.
Paralisação
O Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) afastou a possibilidade de novas paralisações no Barros Barreto. Em expediente ali, existem cerca de 100 profissionais da entidade. Na avaliação deles, a correção dos salários dos médicos estipulados pela Medida Provisória (MP) 568/12 foi satisfatória.
O presidente do Sindmepa, João Gouveia, observou também que a carga horária da categoria não será elevada e poderá ficar entre 20 e 40 horas. Não pretendemos fazer novas paralisações, pois as mudanças propostas pelo governo agradaram e foram consideradas justas, declarou o médico. Na manhã de hoje, o sindicato vai promover uma paralisação na Santa Casa de Misericórdia. A principal pauta é a melhoria nas condições de trabalho dos especialistas, que estariam sofrendo assédio moral.
Em contrapartida, o Sindtifes, que representa enfermeiros e cargos administrados do hospital universitário informou que a greve vai continuar, porque na MP está prevista a redução do abono de insalubridade. Na quinta-feira, 10 horas da manhã, haverá uma assembleia-geral no hall de entrada da reitoria da Universidade Federal do Pará (UFPA) par avaliar a possibilidade de encerrar a greve,
Fonte: O Liberal 19.06.12, Atualidades, pág. 5
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