31 mar Ministro propõe autorizar ’pílula do câncer’ como suplemento alimentar
RIO – O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Celso Pansera, disse nesta quarta-feira, em entrevista coletiva, que vai sugerir que a fosfoetanolamina, conhecida como pílula do câncer, seja legalizada como suplemento alimentar até a conclusão dos testes que avaliam sua eficácia.
A proposta é que ganhe as prateleiras das farmácias enquanto o MCTI soma esforços com o governo de São Paulo para continuar a pesquisa em humanos disse ele, que defende a aprovação como caminho para combater o mercado clandestino e facilitar o acesso ao composto.
De acordo com Pansera, as pessoas que conseguem a substância graças a liminares judiciais estão ingerindo três cápsulas por dia, o que totaliza 1g de fosfoetanolamina por dia, quantidade que não oferece riscos:
Nessa quantidade, está comprovado que não é tóxico.
DRIBLE NA POLÊMICA
Na opinião de Auro De Giglio, chefe da oncologia clínica do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, a sugestão é uma maneira de driblar a lei e atenuar a polêmica.
Se não há a documentação necessária, não adianta regular a pílula como suplemento alimentar porque as leis são mais elásticas. Essa medida seria uma maneira de atenuar a situação. A fosfoetanolamina vai estar disponível e pessoas poderão substituir tratamento real por um que não é real criticou o médico.
O oncologista Carlos Gil Ferreira, pesquisador do Instituto D´Or, tem a mesma posição:
Suplemento alimentar não tem efeito anticâncer e essa substância é vendida para população como algo que cura o câncer. Se na visão do Congresso a fosfoetanolamina é tida com fins de medicamento, deve ser regulada como tal. Essa sugestão é uma maneira de burlar a legislação.
De toda forma, a classificação como suplemento teria que ser pedida por um laboratório à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que aprovaria ou não. Em nota, a Anvisa informou que não recebeu pedido referente à substância e que caso os produtores da substância requeiram seu registro, como suplemento alimentar ou medicamento, a Anvisa priorizará e fará a análise de acordo com as regras estabelecidas para cada caso.
Fonte: O GLOBO
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