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Laboratório deixa de produzir remédio

Laboratório deixa de produzir remédio

No ano passado, o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe) deixou de produzir o benzonidazol, medicamento utilizado no tratamento de casos agudos e crônicos da doença de Chagas. O problema teve início em abril e se estendeu até o final do ano, deixando Governo Federal e Estados em alerta, uma vez que o Lafete é o único que produz o medicamento em todo o mundo. Porém, com a produção já em sua normalidade, Elenilde Góes, coordenadora estadual de doença de chagas da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), afirma que o Pará não foi prejudicado. “Como somos o estado que mais registra casos agudos, recebemos um volume maior, então o abastecimento fica assegurado”, diz ela, ao informar que o Pará conta com remédio suficiente para combater a doença em todas as regiões. “O produto é enviado para as secretarias municipais de saúde que encaminham para os locais onde é necessário, como os hospitais que têm tratamento contra o mal de Chagas”, afirma.

A fabricação nacional do remédio usado no combate ao Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas, foi interrompida no ano passado, por falta da matéria-prima, princípio ativo fabricado pelo laboratório suíço Roche, que encerrou a produção. Mas um laboratório brasileiro privado, o Nortec, passou a produzir o princípio ativo e a fabricação do medicamento voltou a ser normalizada.

No ano passado, 135 casos de doença de chagas foram confirmados no Pará, sendo que os municípios com o maior número de registro da doença foram Belém (41) e Abaetetuba (18). Esse ano, dois casos já foram confirmados no Pará, ambos no município de Anajás e envolvendo dois irmãos. “Comparando o mesmo período do ano passado, houve uma ligeira queda, uma vez que em janeiro de 2011 já haviam sido registrados sete casos”, observou Elenilde Góes.

Ela ressalta que 80% dos casos das doenças estão ligados ao consumo de alimentos, principalmente o açaí. “O maior problema é o processamento. Como o açaí passa por um processo nem sempre adequado, é preciso uma fiscalização intensa nesses locais para garantir que o vendedor siga realmente as orientações da vigilância sanitária. Apesar do consumo ser maior na capital, em outros municípios também há consumo de açaí e as vigilâncias desses municípios precisam atuar. A população também tem um papel importantíssimo de fiscalização e deve cobrar que aquele local venda o alimento de maneira mais segura”, concluiu.

Fonte: Jornal O Liberal, 08.02.12, página 12.

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