09 ago Farmacêuticas interrompem teste de droga contra alzheimer
A Pfizer e a Johnson & Johnson interromperam os testes de uma das mais aguardadas drogas contra o mal de Alzheimer. O medicamento não resultou em melhora dos pacientes em sua segunda pesquisa clínica.
As empresas afirmaram que vão interromper os demais estudos do remédio bapineuzumabe intravenoso, incluindo outras duas pesquisas em pacientes com alzheimer leve a moderado.
A droga teria sido a primeira a barrar a progressão da doença cerebral.
As atenções agora se voltam ao solanezumabe, remédio semelhante em desenvolvimento pelo laboratório Eli Lilly, que ainda pode ter algum bom resultado publicado neste ano.
O medicamento bapineuzumabe falhou ao tentar melhorar as funções cognitivas ou funcionais em comparação com o placebo em pacientes que não tinham a variação de um gene chamado ApoE4, segundo os resultados iniciais da fase três do estudo, divulgados nesta semana.
“Estamos muito decepcionados com os resultados e ficamos tristes pela oportunidade perdida de oferecer um avanço significativo para pacientes que sofrem com mal de Alzheimer leve ou moderado e seus cuidadores”, disse Steven Romano, chefe do grupo de desenvolvimento de medicamentos da Pfizer.
Apesar de a fase quatro do estudo do bapineuzumabe ter chegado ao fim, as empresas afirmaram que a fase dois de uma pesquisa com a versão subcutânea da droga vai continuar. Não há planos por enquanto de investigar a droga em pacientes assintomáticos ou em estágio inicial da doença, segundo a porta-voz das farmacêuticas.
ESTÁGIO INICIAL
Muitos cientistas acreditam que, para ter sucesso, qualquer tratamento precisa ser usado em um estágio bastante inicial da doença ou até mesmo antes que ela apareça em pacientes de alto risco. Por isso já havia a expectativa de que as fases finais do estudo com a droga falhariam porque o alvo eram os pacientes com o cérebro já comprometido pelo alzheimer.
William Thies, da Associação de Alzheimer, disse que, apesar das falhas das pesquisas, está ansioso para ver uma análise completa dos resultados.
“Esses estudos são extremamente importantes para aprendermos sobre a doença, e parte do processo está só começando, já que os dados continuam a ser ’mastigados’ de diferentes maneiras.”
Ele disse ainda que os resultados em pacientes com estágio leve e moderado da doença não excluiriam necessariamente a droga de estudos preventivos, como o Dominantly Inherited Alzheimer’s Network (DIAN), consórcio que alista pessoas geneticamente predispostas a ter o mal de Alzheimer em uma idade não tão avançada. As drogas que serão usadas nessa pesquisa devem ser anunciadas no fim do ano.
Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário