13 abr Estado quer antecipar para 2016 vacina contra dengue no SUS
São Paulo – Para conter o avanço da dengue no Estado de São Paulo e começar em 2016 a vacinação contra os quatro tipos da doença, o Instituto Butantã, da Secretaria Estadual da Saúde, protocolou nesta sextafeira, 10, um pedido de antecipação da última fase de testes do imunizante na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília.
Entregamos dois documentos: a solicitação da terceira e última fase de teses e um que especifica como a vacina é produzida industrialmente, disse Jorge Kalil, diretor do instituto, imunologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), também da secretaria, o Estado de São Paulo registrou neste ano 100 mil casos de dengue e pelo menos 70 mortes. O último balanço do órgão é referente até o final de março.
O alastramento da doença fez com que o Estado acelerasse as etapas para viabilizar a aplicação das vacinas o quanto antes. Em condições normais, os testes serão feitos até 2018.
Segundo Kalil, não há riscos em diminuir o cronograma sem que a segunda fase da pesquisa tenha sido finalizada. Temos dados suficientes das duas primeiras etapas que atestam que a vacina é bastante segura e induz à produção de anticorpos. Não é preciso concluir completamente uma fase para começar outra. Não queremos nem um pouco ir contra as regras mundiais de biossegurança, disse o diretor.
Procedimento – A terceira etapa do estudo será feita com 17 mil voluntários de todas as regiões do País. Do total de aplicações, 75% vão conter a substância imunobiológica que combate a doença. O restante será placebo.
Inicialmente, o prazo para distribuir a vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) havia sido fixado para 2018. Mas, no dia 21 de março, em um evento em Sorocaba, no interior do Estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cobrou do Instituto Butantã que as aplicações fossem antecipadas e as vacinas, produzidas em alta escala.
Nós estávamos em um ritmo normal de desenvolvimento, que poderia ser mais longo. Como temos um risco grande e o problema é relevante para o Brasil e o mundo, estamos fazendo um esforço para agilizar o estudo, afirmou Kalil. Quando todas as etapas estiverem concluídas, a vacina será distribuída para todo o País.
Como o produto é novo, não é possível saber se a população terá de tomar apenas uma dose da vacina. Kalil acredita que a duração dos anticorpos será de longo prazo no organismo.
Fonte: ESTADÃO
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