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CNS discute situação emergencial da enzima KPC e da Dengue no Brasil

CNS discute situação emergencial da enzima KPC e da Dengue no Brasil

Na manhã desta quinta-feira (27), o Pleno do Conselho Nacional de Saúde discutiu a situação emergencial da KPC e da Dengue no Brasil. Para tratar dos referidos temas e apresentar os novos dados, participaram da reunião o Gerente Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Heder Murari Borba, o Secretário de Vigilância em Saúde (SVS) Jarbas Barbosa e o Coordenador do Programa da Dengue, Giovanini Coelho. A Coordenação da mesa ficou à cargo da Conselheira Jurema Werneck.

Klebsiella pneumoniae carbapenemase ou simplesmente KPC. O nome é assustador, mas não é mais mortífera que outras superbactérias existentes, garante Heder Murari Borba, da Anvisa. De acordo com os dados apresentados por ele, a Klebsiella , uma bactéria antes comum, passou a produzir uma enzima (carbapenemase) capaz de anular medicamentos como penicilina, cefalosporinas e as carbapenemas tornando-se o mais novo desafio a microorganismos multiresistentes.

Segundo dados apresentados por Murari, a KPC não é um problema unicamente brasileiro, em algumas partes dos Estados Unidos a infestação pela KPC já pode ser considerada endêmica. No Brasil, ações de prevenção e controle têm sido realizadas fortemente para que a redução seja significativa. Uma simples medida adotada que apresenta grandes resultados é a higienização das mãos.

Vale ressaltar que não basta higienizar as mãos, como recomenda a RDC 42/2010, da Anvisa. É preciso fazê-lo de forma adequada e no ponto exato da assistência, seja com água e sabão ou com álcool 70%. Estudos recentes comprovam que a assepsia feita com este tipo específico de álcool é mais eficaz devido ao seu alto poder de desinfecção, o que possibilita uma limpeza mais rigorosa prevenindo a transmissão de microorganismos patogênicos.

Histórico — Embora esteja fazendo vítimas no Brasil, a KPC, é uma velha conhecida. Foi descrita e isolada pela primeira vez em um hospital da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, em 2001.  O primeiro surto aconteceu em agosto de 2003, em Nova York. No total, 47% dos pacientes afetados morreram. 

Jarbas Barbosa, Secretário de Vigilância em Saúde (SVS), em sua apresentação destacou que para o sucesso do combate à Dengue no Brasil é preciso que o trabalho de mobilização e prevenção sejam bastante articulados. Órgãos Federais, Estaduais, Municipais, comunidade e profissionais de saúde devem estar em sintonia para que o resultado seja alcançado. E Jarbas Barbosa advertiu, nos mais de um milhão de casos graves da doença e em cerca de 550 óbitos, foram identificados muitas crianças e idosos, o que é um dado novo do estudo sobre a Dengue.

O estudo apresentado também demonstrou que nas Regiões Norte e Nordeste o foco da Dengue se dá no armazenamento de água potável; nas Regiões Sudeste e Sul, os vasos de plantas são os nascedouros do Aedes aegypti ; já na Região Centro Oeste, o problema se dá no lixo.

Diante dos dados apresentados, o Pleno do CNS decidiu pelos seguintes encaminhamentos: Elaborar uma recomendação sobre os procedimentos de redução de infecção aos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), redigir uma Moção de Apoio às RDC da Anvisa números 42 e 44 de 2010, que tratam, respectivamente, da obrigatoriedade da solução alcoólica em hospitais, higienização das mãos e d o controle e venda de antibióticos; o Pleno também acordou aumentar a mobilização para combater a Dengue e as infecções pela KPC, além de ouvir os profissionais de saúde para mapear quais são os limites e as dificuldades, especificamente no combate a KPC.

E, como último encaminhamento, foi solicitado que a agenda do Ministro Padilha, que tem realizado atividades de mobilização para o enfrentamento da dengue, a chamada “Caravana da Dengue”, seja socializada com o CNS para que os Conselheiros Nacionais possam participar ativamente do processo.

Fonte: Conselho Nacional de Saúde

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