31 out Avaliação do setor farmoquímico nacional ganha destaque em audiência pública
A importância de o Brasil internalizar a produção de princípios ativos para medicamentos foi destacada pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz (VPPIS), Jorge Bermudez, durante audiência pública realizada na terça-feira (29/10) na Câmara dos Deputados, com a Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação. Na ocasião, o vice-presidente apresentou o estudo Avaliação do setor produtivo farmoquímico nacional capacitação tecnológica e produtiva.
O estudo faz um diagnóstico da indústria farmoquímica nacional e mostra que, embora o país tenha duplicado a produção de fármacos sintéticos desde 2006, de 760 para 1.318 toneladas/ano em 2011, ainda produz menos de 1% da quantidade importada (173 mil toneladas/ano). Entre as fragilidades apontadas estão a falta de investimentos para consolidar a produção de medicamentos oncológicos, a necessidade de ampliar o parque produtor de medicamentos para doenças cardiovasculares, negligenciadas e para o sistema nervoso central e a falta de produção de matéria prima para antibióticos.
O Brasil foi um grande produtor de antibióticos, tendo inclusive abastecido o mercado argentino durante a Guerra das Malvinas, quando a Argentina enfrentou embarco decretado pela Inglaterra, disse Bermudez. A empresa nacional produtora, a Cibran – Companhia Brasileira de Antibióticos – fechou as portas após a abertura do mercado brasileiro na década de 1990. Nesta década, mais de mil empresas de química fina foram desativadas.
Indagado sobre a importância do estudo pelo presidente da Frente Parlamentar, deputado Izalci (PSDB-DF), Bermudez disse que o mapeamento contem informações que podem contribuir para subsidiar propostas para o setor. Ao responder o questionamento da deputada Margarida Salomão (PT-MG), o vice-presidente da Fiocruz reconheceu que o Inova Brasil representa um grande avanço e está impulsionando o setor, além de informar que muitas plantas estão sendo incentivadas para produtos oncológicos, biotecnologia e outros, por meio de parcerias público/privado. Bermudez acrescentou que das 88 parcerias em andamento, 33 são com a Fiocruz. O Programa Inova Brasil é financiado pela Finep e tem como objetivo apoiar o desenvolvimento em pesquisa e inovação de empresas nacionais de diferentes setores.
Fonte: Fiocruz
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