03 jan Alunas criam pães e biscoitos para celíacos
Muitas idas ao médico, vários diagnósticos de doença gastrintestinal. Durante muito tempo essa foi a rotina de Mayara Araújo, até descobrir o diagnóstico positivo para doença celíaca, enfermidade responsável por acometer um milhão de vitimas no Brasil.
A confirmação da doença, fez com que sua irmã, Mikaela Araújo e Fernanda Chagas, ambas alunas do curso de Nutrição do Centro Universitário do Estado do Pará- Cesupa, desenvolvessem o projeto: elaboração de pão e biscoito para celíacos- uma alternativa de alimento especial e de baixo custo, com orientação da professora Luciane Brasil.
A doença celíaca consiste na intolerância a alimentos que contenham glúten em sua composição, o que produz lesões na mucosa do intestino delgado de crianças e adultos. A proteína é encontrada em alimentos comuns, como: pães, bolos, bolachas, macarrão, coxinhas, quibes, pizzas e até na hóstia dada pelo padre nas missas.
O trabalho das ex-alunas é uma opção de alimentação para portadores da doença, oferecendo aos mesmos uma alimentação dietética, a um custo razoável. É que a alimentação destes pacientes, por ser especial, costuma ser muito cara. Para se ter uma ideia, em Belém não existem lojas especializadas para a alimentação de celíacos, que são obrigados a encomendar seus alimentos em outras cidades, como o Rio de Janeiro. O preço elevado desses produtos, extremamente industrializados, torna inviável para muitos celíacos uma alimentação adequada.
As alunas conseguiram desenvolver duas opções de alimentos: um pão e um biscoito sem glúten, a baixo custo, ajudando a melhorar a composição dos alimentos de acordo com o padrão alimentar dos celíacos.
Nos dois alimentos criados, pode-se substituir o trigo por outros produtos como o milho (farinha, amido, fubá), arroz (farinha), mandioca (farinha, polvilho), batata (fécula), dentre outros. Com os produtos, todos os celíacos podem alcançar os níveis necessários de nutrientes e calorias responsáveis para uma alimentação adequada.
E com criatividade e pouco dinheiro os celíacos podem criar novas receitas e produtos, adequando seu gosto à alimentação correta.
Como atesta o renomado médico Dráuzio Varella, muitos ainda desconhecem a doença, o que retarda o tratamento do paciente e precipita sintomas mais graves da enfermidade.
É obrigatório que as embalagens de alimentos forneçam informação sobre a presença ou não de glúten, conforme estabelece a lei nº 10.674, de 16/05/2003, que visa resguardar o direito à saúde dos portadores de doença celíaca.
A doença celíaca é ocasionada por fatores ambientais e predisposição genética, mas a condição necessária para manifestar a doença é a ingestão do glúten. (Diário do Pará)
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